O transtorno de comportamento disruptivo muitas vezes é de difícil diagnóstico, uma vez que a criança e adolescente, em seu ciclo normal de desenvolvimento, apresentam diversos comportamentos, incluindo os desafiadores.
Mais frequente na infância, quando não tratado adequadamente, o transtorno pode evoluir para quadros mais graves, gerando grande impacto na vida dos adolescentes e adultos. Devido à a complexidade do tema, desenvolvemos o artigo a seguir com as principais informações sobre o transtorno de comportamento disruptivo. Acompanhe!
Transtorno de Comportamento Disruptivo na Psiquiatria Infantil
O transtorno de comportamento disruptivo envolve alterações de comportamento consideradas difíceis de diagnosticar e tratar. De acordo com especialistas, essa dificuldade acontece porque existem variações comportamentais típicas durante a infância.
Nessa fase, o ciclo normal de desenvolvimento inclui comportamentos desafiadores, mas que nem sempre sinalizam natureza patológica. No entanto, esses comportamentos devem ser observados com cautela, de modo a analisar se tais ações são espontâneas ou se tornaram um hábito.
Desde que não sejam constantes na vida da criança, desvios de conduta, como crises de raiva e mentir, fazem parte do desenvolvimento. Por isso, quando ocorrem de maneira isolada ou esporádica são vistos como normais.
Contudo, quando as alterações se tornam um hábito ou em ameaças a si, ou aos outros, elas podem alcançar dimensões sérias e preocupantes, representando patologias. Em casos como esse, é importante conduzir a criança à avaliação psiquiátrica com certa urgência
Afinal, somente um profissional especializado pode realizar o diagnóstico correto e desenvolver o melhor tratamento, de modo a reduzir riscos à integridade mental e física da criança e daqueles que fazem parte de seu convívio.
Etiologia
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), metade dos problemas relacionados à saúde mental surgem antes dos 14 anos. Além disso, o órgão alerta sobre os riscos associados a essas doenças, visto que a maioria dos casos não é diagnosticada e muito menos tratada.
Muito desse desequilíbrio comportamental ainda não apresenta causa determinada, embora exista uma combinação de fatores que convergem para o surgimento dos quadros. Dessa forma, entre os fatores que potencializam o transtorno de comportamento disruptivo, incluem:
- herança familiar;
- desvios somatizados por questões emocionais;
- questões relacionadas a desestrutura familiar;
- fatores genéticos, sensoriais, motores e fisiológicos;
- consequência de exposição ao álcool, tabaco e outras drogas em idade fetal;
- desajustes causados pelo isolamento social.
Definição do Transtorno de Comportamento Disruptivo na Psiquiatria Infantil
Muitas vezes a criança com transtorno de comportamento disruptivo é avaliada como ansiosa, deprimida, ou com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Devido à gravidade desse comportamento, é difícil realizar o diagnóstico correto, tornando fundamental identificar a criança com risco de sofrer tais transtornos e desenvolver formas eficazes de tratamento.
A seguir, conheça a definição e caracterização do transtorno de comportamento disruptivo em seus dois tipos: transtorno desafiador opositivo (TDO) e transtorno de conduta (TC).
Transtorno Desafiador Opositivo (TDO)
O transtorno desafiador opositivo é caracterizado pela soma de comportamentos desafiadores, hostis, negativos e desobedientes em relação a figuras de autoridade. Ele costuma se manifestar normalmente antes da criança completar 8 anos. Para seu diagnóstico, é preciso apresentar padrões por, no mínimo, 6 meses consecutivos. Alguns sinais de alerta, são:
- raiva;
- ressentimento;
- rancor;
- sentimento de vingança frequente;
- perda constante da calma;
- questionamentos e discussões frequentes com adultos,
- desobediência;
- comportamento incomodativo;
- costume de responsabilizar os outros por suas atitudes inadequadas.
Transtorno de Conduta (TC)
A criança diagnosticada com o transtorno desafiador opositivo, posteriormente costuma receber o diagnóstico de transtorno de conduta. Da mesma forma, é grande a probabilidade de apresentar o Transtorno de Personalidade Antissocial na idade adulta. Por isso, é muito importante iniciar o tratamento precoce, de modo a evitar prejuízos em todas as fases de vida da criança.
O transtorno de conduta é caracterizado por comportamentos antissociais que são difíceis de lidar, trazendo prejuízos e consequências para a criança e também para aqueles que estão em seu convívio.
Em casos como este, são comuns atitudes repetitivas, violação de regras sociais e normas, além da falta de empatia e preocupação com o bem-estar dos outros. Alguns comportamentos que podem sinalizar o transtorno de conduta, quando praticados, no mínimo por 12 meses, são:
- envolvimento em brigas e lutas corporais;
- crueldade com animais e pessoas;
- provocações;
- ameaças frequentes;
- roubo;
- coação sexual;
- incêndios propositais;
- destruição e invasão de propriedade;
- uso de drogas ilícitas;
- permanência na rua sem a autorização dos pais;
- faltas frequentes na escola.
Abordagem e tratamento do Transtorno de Comportamento Disruptivo na Psiquiatria Infantil
O tratamento do transtorno de comportamento disruptivo é feito de muitas formas. O primeiro passo é iniciar a psicoeducação sobre o modelo de tratamento, visto que pode ser uma forma eficaz de motivar a criança.
O segundo passo é o ensino de habilidades comportamentais básicas não só para as crianças e adolescentes, mas também para seus responsáveis. Em seguida, ensinar sobre o desenvolvimento de habilidades sociais com técnicas autoinstrutivas e de empatia. Outro ponto importante é aumentar a capacidade de raciocínio moral
A escolha da técnica de intervenção dependerá da análise funcional do caso, mesmo se tratando de transtornos específicos. Além disso, a análise topográfica dos transtornos não pode ser descartada, pois permite focar em técnicas e dar suporte às escolhas de alguns protocolos de atendimento.
Na psiquiatria infantil, o trabalho com os pais é fundamental para que o aprendizado possa ser generalizado e reforçado em outros ambientes, além da sessão clínica. Para crianças como transtorno de comportamento disruptivo, o trabalho com os pais ou responsáveis se torna essencial. Da mesma forma, com a escola e professores, quando preciso for.
Pós-Graduação IEFAP Psiquiatria da Infância e Adolescência
Para diagnosticar, orientar e tratar crianças e adolescentes com o transtorno de comportamento disruptivo, o profissional deve estar qualificado para exercer o papel de especialista.
Isso se torna viável por meio do curso de Pós-Graduação em Psiquiatria da Infância e Adolescência do IEFAP. Na especialização, o médico pode se preparar para oferecer aos pacientes um atendimento holístico e qualificado aos pacientes, além da orientação necessária para os familiares.
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