A sobrecarga das responsabilidades maternas impacta profundamente a vida profissional das mulheres, muitas das quais ainda se sentem desconfortáveis em discutir a parentalidade no ambiente de trabalho.
A maternidade é uma experiência desafiadora para as mulheres, e, muitas vezes, é difícil não se sentir exausta diante das inúmeras tarefas diárias. Com essa sobrecarga, os casos de burnout parental têm aumentado, afetando especialmente a vida profissional das mães. Um estudo realizado no Brasil revelou dados preocupantes: 9 em cada 10 mães apresentam algum grau de esgotamento, sendo leve (36,99%), moderado (44,22%) ou grave (9,37%).
Essa pesquisa, conduzida pela comunidade de mães B2Mamy em parceria com a edtech Kiddle Pass, foi realizada entre 22 de abril e 23 de julho, com 1.868 participantes. O levantamento chama a atenção para o alarmante comprometimento da saúde mental das mães, mostrando que mais da metade delas já recebeu algum tipo de diagnóstico relacionado à saúde mental.
As mulheres, além de enfrentarem a sobrecarga materna, ainda sofrem discriminação no trabalho. De acordo com a pesquisa, 57% das participantes que têm emprego remunerado já foram questionadas sobre maternidade e gravidez em processos seletivos ou promoções, o que faz com que 30% delas se sintam inseguras para falar sobre seus filhos no ambiente corporativo.
Lygia Imbelloni, médica e Head de Saúde e Bem-estar da B2Mamy, destaca que o esgotamento materno vai além da rotina das mães, sendo um problema social que envolve questões de equidade de gênero. Ela enfatiza a importância de discutir a sobrecarga materna e o burnout parental nesse contexto.
FONTE: Revista Crescer