O Einstein é o hospital brasileiro com maior experiência em a utilizar o sistema NanoKnife, intervenção minimamente invasiva, em tumores de próstata. A tecnologia permite tratar os pacientes com câncer inicial e localizado, na maioria das vezes, em apenas uma sessão.
O câncer de próstata representa, hoje, uma das doenças com maior impacto na saúde dos homens depois dos 45 anos. No Brasil, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), a estimativa anual para 2023 é de cerca de 71 mil novos casos, sendo o tipo de tumor mais incidente na população masculina, exceto pelos tumores de pele.
Até o momento, os pacientes acometidos pelo câncer de próstata são submetidos à remoção cirúrgica da glândula, seja ela por meio convencional ou robótico. Alguns casos também necessitam de radioterapia. “O NanoKnife é mais um aliado para o tratamento do câncer de próstata, permitindo que ofereçamos um tratamento eficaz e possibilitando cada vez mais manter a qualidade de vida para esses pacientes”, afirma Arie Carneiro, uro-oncologista do Einstein.
Oskar Kaufmann, urologista que também executa a técnica no hospital, reitera que, hoje, é inegável o papel e a importância da cirurgia robótica no tratamento do câncer de próstata, mas o surgimento de novas técnicas viabiliza tratar tumores cada vez mais iniciais , de forma precoce e com menos efeitos colaterais, já que essas permitem preservar a próstata e tratar somente a área acometida pelo tumor.
O novo procedimento adotado pelo hospital é feito a partir da colocação de três agulhas na região da próstata. Essas, por sua vez, por meio de uma corrente elétrica realizam uma “abertura” nos poros celulares fazendo com que as células cancerígenas morram. O tratamento pioneiro pode curar este tipo de câncer sem danificar os tecidos saudáveis ao redor, deixando de prejudicar funções importantes para o bem-estar do paciente.
“Trata-se de uma tecnologia atérmica, ou seja, ela não dispensa calor e nem frio, e, com isso, minimiza o risco de lesão nos nervos responsáveis pela ereção e de prejuízos na função urinária dos pacientes, fatores estes que costumam ser as grandes preocupações dos homens que necessitam tratamento”, destaca Kaufmann.
Outro benefício da nova técnica é que o paciente não precisa ser internado, podendo sair do hospital no mesmo dia do procedimento. Antes, o sistema já era utilizado em centros de saúde brasileiros para tratamento de tumores de pâncreas, rim e fígado também iniciais.
Segundo Rodrigo Gobbo, diretor médico do Centro de Medicina Intervencionista do Einstein, o hospital pretende iniciar um projeto de pesquisa que compara o desempenho do procedimento com o dos demais tratamentos disponíveis para tratar câncer de próstata.
Por ter sido recentemente incorporada no Brasil (o Einstein realizou o primeiro procedimento com o sistema NanoKnife em dezembro de 2022), assim como ocorre com outras inovações em saúde, a tecnologia ainda não está contemplada no rol da ANS ou disponível no SUS.
FONTE: Medicina SA