A Saúde Auditiva é uma área de grande relevância na prática médica, especialmente em um cenário em que queixas como tontura, vertigem, zumbido e perda auditiva figuram entre os sintomas mais comuns em consultórios de atenção primária, otorrinolaringologia e neurologia.
Em primeiro lugar, este artigo tem como objetivo oferecer aos médicos um panorama atualizado sobre as doenças da audição, destacando definições, principais causas, métodos diagnósticos e condutas, de forma prática e com base em evidências.
Epidemiologia e Impacto Clínico
Estudos indicam que 1 em cada 4 adultos já apresentou tontura significativa em algum momento da vida. A condição é responsável por 20% a 30% das queixas médicas na população geral, principalmente em pacientes acima de 65 anos.
Ou seja, além do impacto na qualidade de vida, há custos elevados decorrentes de afastamentos do trabalho, investigações diagnósticas e múltiplas consultas médicas.
Principais Doenças Auditivas
Surdez
A perda auditiva pode ser classificada em:
- Condutiva (transmissão): alterações na orelha externa ou média;
- Neurossensorial (percepção): acometimento da cóclea ou nervo auditivo;
- Central: lesões nos núcleos cocleares e áreas corticais temporais.
Causas frequentes: exposição a ruídos, fatores hereditários, infecções (como meningite), traumas, doenças intrauterinas e envelhecimento.
Zumbido (Tinnitus)
O zumbido é caracterizado pela percepção de sons sem fonte externa e pode ser:
- Tonal: de curta duração, geralmente fisiológico;
- Atonal: associado a alterações estruturais ou vasculares, como disfunção de ATM, sopros carotídeos e tumores do glomo jugular.
É uma queixa crescente, com impacto funcional e psicológico relevante.
Vertigem
A vertigem é uma ilusão de movimento, geralmente rotatória, que pode ter origem periférica (labirinto, nervo vestibular) ou central (lesões cerebelares, vasculares, esclerose múltipla).
- Causas periféricas mais comuns: VPPB (Vertigem Posicional Paroxística Benigna), Doença de Ménière, neurite vestibular, labirintite.
- Causas centrais: AVC de circulação posterior, enxaqueca vestibular, tumores da fossa posterior.
Por outro lado, a diferenciação entre vertigem periférica e central é essencial e pode ser realizada por meio da história clínica, exame neurológico e exames complementares como audiometria, potenciais evocados auditivos e ressonância magnética.
Diagnóstico e Exames Complementares
Os principais exames para avaliação das doenças da audição incluem:
- Audiometria tonal e vocal
- Impedanciometria
- Eletrococleografia
- Audiometria de Tronco Encefálico (BERA)
- Provas calóricas e vestibulares
Acima de tudo, esses métodos auxiliam na diferenciação entre causas periféricas e centrais, direcionando condutas terapêuticas adequadas.
Tratamento
O manejo varia conforme a etiologia:
- Tratamento sintomático: antieméticos, sedativos vestibulares, benzodiazepínicos em casos agudos;
- Tratamento específico: dieta hipossódica e betahistina para Doença de Ménière, manobras de reposicionamento para VPPB (Epley, Semont, Gufoni), corticoterapia em surdez súbita;
- Reabilitação vestibular: essencial em casos crônicos para melhora da adaptação neurossensorial.
Conclusão
Em conclusão, as doenças da audição exigem atenção multidisciplinar, envolvendo médicos de diferentes especialidades. O diagnóstico precoce e a abordagem terapêutica correta reduzem morbidade, melhoram a qualidade de vida dos pacientes e evitam complicações.
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