O papel dos adoçantes na Endocrinologia moderna
O uso de adoçantes vem crescendo nas últimas décadas, impulsionado pelo aumento dos casos de obesidade, diabetes e síndrome metabólica. Esses compostos — naturais ou artificiais — substituem o açúcar tradicional, oferecendo sabor doce com baixo ou nenhum valor calórico.
Na prática médica, o endocrinologista se depara frequentemente com pacientes que fazem uso de adoçantes como parte do controle glicêmico ou de estratégias de emagrecimento. Por isso, vamos abordar no texto abaixo, com foco em adoçantes e endocrinologia.
Mitos e evidências científicas: adoçantes engordam?
Estudos em animais sugeriram que adoçantes poderiam interferir nos mecanismos de saciedade e regulação energética, gerando o chamado “paradoxo do adoçante” — quando o sabor doce não vem acompanhado da carga calórica esperada, o corpo poderia compensar com aumento da ingestão alimentar.
Porém, pesquisas controladas em humanos mostram que essa hipótese não se confirma de forma consistente. Revisões sistemáticas e meta-análises apontam que o uso de adoçantes não causa ganho de peso, podendo inclusive contribuir para redução calórica e melhor adesão a dietas balanceadas.
Segurança metabólica e risco oncológico
Os principais adoçantes aprovados pela ANVISA — como aspartame, sucralose, estévia, acessulfame-K, ciclamato e sacarina — são amplamente estudados e possuem Ingestão Diária Aceitável (IDA) bem estabelecida.
Além disso, estudos populacionais e meta-análises recentes não encontraram evidências de aumento do risco de câncer associado ao consumo habitual desses compostos.
Escolha clínica e individualização do tratamento
A decisão sobre qual adoçante recomendar deve considerar fatores como:
- Perfil metabólico do paciente (diabetes, obesidade, dislipidemia);
- Preferência de sabor e tolerabilidade;
- Gestação e lactação, visto que alguns adoçantes — como sacarina e ciclamato — têm restrições de uso durante esse período;
- Origem natural ou sintética, para pacientes que valorizam produtos naturais como a estévia ou o monk fruit (Luo Han Guo), que além do sabor doce possuem potenciais efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios.
Conclusão
Os adoçantes representam uma ferramenta segura e eficaz na prática endocrinológica, desde que utilizados dentro dos limites de segurança recomendados. Para o médico, compreender os mecanismos metabólicos e as evidências científicas por trás de cada composto é essencial para orientar o paciente com base em dados e não em mitos.
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